Agrotóxicos: Tema é debatido na tribuna livre e por Vereadores

O uso de agrotóxicos foi tema na Tribuna da reunião ordinária nesta terça-feira (10). O Engenheiro Florestal, do Centro de Tecnologias Alternativas (CTA), da Zona da Mata, Martin Meier pronunciou relatando um fato sobre a utilização de randap (um herbicida usado para matar matos), presenciado por ele no centro da cidade.

Martin comentou que o CTA trabalha com a agroecologia, um sistema de produção sustentável praticado pelos camponeses, que evita venenos e adubos químicos, usando os elementos da própria natureza para manter o equilíbrio, junto aos agricultores da região da Zona da Mata, no entorno da Serra do Brigadeiro até a Serra do Caparaó.

“Para eles é uma realidade lidar com isso, mas quem mora na zona urbana não percebe o quanto o uso dos agrotóxicos está próximo e nos atinge”, salientou.

O Engenheiro Florestal expôs o fato presenciado por ele na rua Álvaro Gouveia, localizada no centro do município. “Hoje eu estava passando pela rua e tinha excesso de mato na beirada do asfalto e um homem estava passando randap sem nenhum tipo de proteção, o que é extremamente perigoso, pois muitas pessoas utilizam o local para transitar”.

Ele destacou a necessidade do poder Legislativo interceder para que se crie uma lei municipal proibindo o uso de agrotóxicos em áreas públicas. “Muitas pessoas acham que o uso não tem problema, mas é algo grave. Nós nos contaminamos a partir do alimento com 5,2 L de agrotóxicos por ano e as pessoas que produzem os alimentos não entram nessa conta, as pessoas que lidam com isso na produção se contaminam muito mais pelo manuseio”.

E completou: “eu busquei me informar e em Viçosa é proibido o uso de agrotóxicos pelo poder público”.

Meier ainda enfatizou que o agrotóxico é prejudicial à saúde. “Ele mata aquele que come e aquele que lida com ele para produzir, isso porque nós acreditamos que um tomate tem que ser vermelho e redondo, mas não é verdade. Todos os alimentos produzidos sem o uso de venenos têm suas deformidades, mas ali existe vida, uma propriedade que trabalha sem agrotóxico é um refugio de vida e a agroecologia é o caminho”.

Para finalizar, o Engenheiro anunciou a campanha nacional contra os agrotóxicos e pela vida, ressaltando os males à saúde e a importância dessa discussão e campanha para todos.

Os vereadores comentaram a respeito do tema. O Vereador Marcos Nunes (PT) explanou alguns pontos. “Nós sabemos que é possível produzirmos alimentos saudáveis sem o uso de venenos, com base na agroecologia e respeitando a vida”.

Ele pontuou a necessidade de levar o fato ocorrido a conhecimento do Executivo. “Existe uma lei da ANVISA que proíbe o uso de randap e de qualquer outro herbicida no perímetro urbano, a pessoa está ilegalmente fazendo isso, sendo de competência do município fiscalizar”.

Marcos também explicou: “nós temos um problema em Viçosa por termos ruas de pedra fincada, e para resolver o problema da capina usa-se o agrotóxico para resolver, e há tempos o Serviço Autônomo de Água e Esgoto tem tentado adquirir o equipamento para fazer essa capina de uma forma não manual porque é extremamente difícil”. 

E completou: “precisamos pensar em adotar a agroecologia para protegermos não só a população como também nosso meio ambiente”, finalizou.

O Vereador Lidson Lehner (PR) fez coro ao seu colega. “Com relação às capinas químicas que são realizadas no município é realmente prejudicial. Existem normas para essa questão dos agrotóxicos e sem dúvida iremos debruçar em cima dessas medidas”.