Mineroduto: Vereadores voltam a discutir sobre o assunto
A questão da instalação do minereduto em Viçosa voltou a ser debatida na Câmara Municipal.
Foi lido, no início da reunião ordinária desta terça-feira (8), o ofício de n° 009/2012, feito durante a Assembleia Popular ocorrida no sábado, dia 5, solicitando a Casa agilidade na implantação da Área de Presrvação Ambiental (APA) do Ribeirão São Bartolomeu. Em anexo, um abaixo assinado com quase 100 assinaturas, entre elas as dos Veradores Marcos Arlindo Pereira (PV) e Cristina Fontes (PMDB), requerendo a formação da APA.
Outro ofício, também lido, foi o de n° 008/2012, solicitando a Câmara um posicisionamento oficial a respeito da passagem do mineroduto da FERROUS no município e seus eminentes danos ao Ribeirão.
Ambos os ofícios vieram do Centro Acadêmico de Biologia, da Universidade Federal de Viçosa, e foram assinados pelos seguintes grupos: Associação dos Moradores do Santa Clara, Associação dos Moradores do Palmital, Movimento dos Atingidos por Barragens, Projeto de Assessoria as Comunidades Atingidas por Barragens, Articulação Nacional dos Estudantes de Ciências Sociais, Associação dos Geógrafos Brasileiros, Paróquia Nossa Senhora de Fátima, Associação Brasileira dos Estudantes de Engenharia Florestal, Federação dos Estudantes de Agronomia do Brasil, Grupo Beija Lírio do Direito, Primavera dos Dentes, Entidade Nacional de Estudantes de Biologia e Levante Popular da Juventude.
Cristina Fontes, que participou da assembleia, começou a discussão, e fez um apanhado geral para os colegas vereadores. O principal tema abordado foi a passagem do mineroduto em 31 nascentes na cidade, e os decorrentes problemas que isso poderá causar futuramente a população.
A vereadora destacou a intensa participação popular e a participação do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE) e sua contribuição com propostas. “O projeto para a criação de uma área de proteção ambiental (APA) deverá vir para essa Casa, dando certa proteção aos que estão preocupados com o que poder vir acontecer”, disse a vereadora. Cristina também falou que acredita que é hora das pessoas que estão a frente da mobilização contra o mineroduto se reúna com a Empresa. “A Câmara participa e apoia qualquer movimento. Muitas pessoas estão preocupadas e a Casa sede espaço”, finalizou.
O Líder do Prefeito na Casa, Vereador Marcos Arlindo, também participou da Assembleia Popular e teceu comentários durante a reunião. O vereador elogiou os organizadores e todas as pessoas envolvidas, que realmente se preocupavam com a causa. “Foi passado um vídeo sábado, mostrando o processo de construção do minereduto. As perfurações no solo são imensas, as máquinas também são grandes e o barulho insuportável. Além disso, tem a questão da água, que tanto nos preocupa”, disse.
Sentindo não ter participado do evento, o Vereador Marcos Nunes (PT) também comentou sobre o tema, fazendo um breve panorama internacional da questão. Segundo Marcos Nunes, apesar de termos uma economia forte para processar o minério, isso não é feito aqui. Ele é vendido bruto e comprado processado. “A população se organizou para a assembleia e vimos como eles podem fazer seu levante. A história nos mostra que quando o povo se organiza as coisas acontecem”, proferiu. Reforçou que mesmo com o decreto de utilidade pública concedido ao mineroduto, ainda se pode tomar atitudes para que a situação seja revertida. Considerando a água de suprema importância, o vereador disse não acreditar no mineroduto, considerando que ele levará muitas riquezas no Brasil para o comércio internacional.
O Vereador Ângelo Chequer (PSDB) parabenizou o colega por seu posicionamento. “Não me furto de estar junto a você nessa luta”, afirmou.
O Presidente da Casa, Vereador João Batista Teixeira (PR) disse que um documento oficial em resposta ao pedido será providenciado.