Morador reclama de festas estudantis na Câmara
Na tarde desta segunda-feira (17), mais uma vez a tribuna foi usada por moradores que solicitam a ajuda dos Vereadores quanto à intranquilidade que algumas repúblicas estudantis provocam nos bairros.
Gerson Morais falou em nome da Associação de Moradores do bairro de Ramos. Ele detalhou o problema, relatando inúmeras vezes que teve que chamar a Polícia Militar para encerrar reuniões ou festas de madrugada.
“Nossa cidade está se transformando num grande centro de realização de festas de todos os tipos, onde tudo é permitido, sem regras, sem limites, sem leis. Os jovens de toda parte alugam apartamentos e não respeitam as convenções. Alugam casas e as transformam em bares e boates, com venda de ingressos e bebidas”, afirmou Gerson.
O morador também chamou a atenção para a responsabilidade dos donos dos apartamentos, que, com raras exceções, segundo ele, se preocupam apenas em receber os aluguéis.
“Somos abrigados a abrir diversos processos por meio de boletins de ocorrência, que acabam expondo nossas vidas. Terminamos no fórum de Viçosa, em debates com membros das repúblicas. Na outra semana, novas festas, novas confusões... Não aguentamos mais isso, não suportamos mais viver assim”, disse.
Gerson também enfatizou o dever das autoridades de estabelecer limites e fazer com que as leis sejam cumpridas. Pediu que os Conselhos Municipais fossem ouvidos e suas reivindicações atendidas. “Queremos paz e ordem na nossa cidade, queremos paz e ordem no nosso bairro, queremos paz nos nossos lares. E queremos nossos jovens vivos, bons estudantes, para que possam ser grandes profissionais e um dia, governar esse país com ética, ordem e progresso”, finalizou.
Os vereadores comentaram a participação de Gerson e parabenizaram pela união da Associação e pela iniciativa.
A Vereadora Cristina Fontes (PMDB) reinterou que a Câmara não é contra festas, mas é preciso a regulamentação e a regularização. “Já fomos jovens, sabemos que eles gostam de festas, mas queremos ordem. Liberdade é uma coisa, libertinagem é outra. Precisamos fazer cumprir e cobrar o fortalecimento do setor de Fiscalização, porque apenas a polícia não dá conta”, sugeriu a vereadora.
Marcos Nunes (PT) acredita que as políticas culturais são fundamentais para que todos os interesses sejam respeitados. “Enquanto não tivermos políticas públicas culturais para a cidade de Viçosa, o problema vai persistir, pois os jovens precisam de lazer. Todo o ano são mais de mil jovens que chegam na nossa cidade e não temos atividades de lazer e cultura para oferecer a eles”, afirmou.
O notório movimento do comércio em dias de grandes festas foi lembrado pelo Vereador Ângelo Chequer (PSDB) como um ponto positivo. “Mas não pode ser da forma que se dá. O poder público precisa participar com a organização do trânsito, distribuição de cartilhas educativas e coisas do gênero. Faltou integração”, disse. Ângelo também insinuou que se as repúblicas tivessem acústica, o problema seria minimizado.
O Presidente da Casa, João Batista Teixeira (PR) acredita que proibir as festas não resolve o problema. “Temos que buscar maneiras alternativas, talvez responsabilizar os produtores de eventos. Não adianta fazer lei que não pode ser cumprida”, finalizou.