Desenvolvimento sustentável é pauta de discussão
O professor Luiz Eduardo Fontes discorreu sobre a gestão ambiental municipal, na reunião ordinária da terça-feira (21), a convite da Vereadora Marilange Pinto Coelho (PV).
Ele comentou a respeito do conceito de desenvolvimento sustentável, que “significa possibilitar que as pessoas, agora e no futuro, atinjam um nível satisfatório de desenvolvimento social e econômico e de realização humana e cultural, fazendo, ao mesmo tempo, um uso razoável dos recursos da terra e preservando as espécies e os habitats naturais”, de acordo com o Relatório Brundtland de 1987.
Luiz interpretou o artigo 225 da Constituição Federal que dispõe que “todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações”.
Segundo ele, não é responsabilidade apenas da Prefeitura, Câmara e SAAE a preservação do meio ambiente de Viçosa, é responsabilidade do coletivo, “de todos nós, não podemos nos preocupar somente conosco e nossos filhos, temos que preocupar com as gerações futuras”.
O professor salientou que o desenvolvimento sustentável é baseado em três eixos: social, econômico e ecológico. Diante disso, exibiu fotos de situações vivenciadas no município e fez reflexões se é socialmente justo, com uma foto de uma pessoa se alimentando do lixo na Santa Rita; economicamente viável, exibindo a imagem de um catador de lixo, que “realiza um serviço ambiental para a cidade e com isso sustenta a família” e ambientalmente equilibrado, exemplificando os diversos ipês do município.
Luiz pontuou que uma cidade sustentável é “uma cidade humana e equilibrada, a água vem de mananciais próprios e protegidos, onde o lixo é reciclado e a emissão de gases reduzida, ou seja, um espaço urbano que preserva o futuro com sua própria ocupação e recursos, e dá conta dos "restos" que produz”.
Ele ainda destacou que cidades sustentáveis buscam plataformas “com políticas claras e abrangentes de saneamento, coleta e tratamento de lixo; gestão das águas, com coleta, tratamento, economia e reuso; sistemas de transporte que privilegiem o transporte de massas com qualidade e segurança; ações que preservem e ampliem áreas verdes e uso de energias limpas e renováveis; modelos educacionais que capacitem e valorizem o educador; enfim, administração pública transparente e compartilhada com a sociedade organizada”.
E também citou algumas práticas que são adotadas por cidades que buscam ser sustentáveis, como: incentivo e ações de planejamento para o uso de meios de transporte não poluentes como, por exemplo, bicicletas; promoção de justiça social; adoção de práticas voltadas para o consumo consciente da população; ações que visem o uso racional da água e seu reaproveitamento; criação de espaços verdes (parques, praças) voltados para o lazer da população, entre outros.
Para finalizar, o professor questionou: a Gestão Ambiental Municipal em Viçosa está rumo certo em busca de uma cidade sustentável?
Após a provocação, ele mostrou fotos de imagens com problemas da gestão ambiental do município, e também de alguns pontos positivos.
Luiz afirmou que a resposta para a questão poderá ser debatida no seminário “Gestão Ambiental Municipal em Viçosa: diagnóstico e perspectivas”, promovido pelo CODEMA, nesta quarta-feira (22), a partir das 19 horas, na Câmara.
Os Vereadores fizeram alguns questionamentos. Por meio da portaria de n° 058/2014, o Presidente da Casa, Luis Eduardo Salgado (PDT) nomeou uma Comissão Especial para acompanhar a análise de resíduos sólidos e esgotos sanitários jogados na represa da UFV. A Comissão será formada pelo Prof. Luiz Eduardo Fontes e pelos Vereadores Helder Evangelista (PHS), Alexandre Valente (PSD), Lidson Lehner (PR) e Marcos Nunes (PT).