Comandante da PM discute Segurança Pública com os Vereadores
No Grande Expediente da reunião Ordinária da terça-feira (12), a Casa Legislativa recebeu o Coronel Gledson Bruno Píramo, Comandante da Polícia Militar de Viçosa, atendendo ao Requerimento nº 042/2022, de autoria do Vereador Marco Cardoso (Marcão Paraíso) (PSDB). Ao justificar a presença do Comandante na sessão, o Vereador Marcão Paraíso afirmou que o convite foi para relatar sobre a situação da segurança pública na cidade, diante dos casos recentes de assaltos. Essa tem sido uma grande preocupação da população de Viçosa que tem chegado aos parlamentares.
O Coronel Píramo iniciou sua fala apresentando a situação da incidência criminal, no contexto de Viçosa. Ele comparou os dados de 2020 e 2021 e apontou uma redução na ocorrência de roubos registrados. Além disso, sinalizou que a exceção foi no mês de junho deste ano, quando houve um pico na quantidade, “uma anormalidade”. Segundo ele, a explicação para isso se dá por dois fatores: um aspecto no caso dos menores de idade (demonstrando a urgência de políticas públicas que se responsabilizem pela recorrência e reincidência desses crimes) e outro com os maiores de idade (em que a falta de fiscalização gera dificuldades para a efetividade do patrulhamento).
A partir disso, ele discorreu sobre as dinâmicas do serviço operacional no cotidiano da cidade e os desafios para que os crimes sejam flagrados, identificados, apurados e julgados, nas redes específicas, o que impacta na percepção criminal da sociedade, e finalizou dizendo que as polícias estão se movimentando, “fazendo nosso trabalho e trabalhando na legalidade”.
Após sua exposição, os parlamentares passaram a perguntar ao convidado questões relacionadas ao tema da segurança pública. No diálogo, o Vereador Daniel Cabral (PCdoB) indagou qual apoio o Legislativo pode dar à Polícia Militar para aprimorar os serviços prestados à população. Em sua resposta, o Coronel salientou a importância da aplicação de políticas públicas que visam garantir os direitos constitucionais, como o aumento do efetivo de policiais. “Essa saída é muito mais interessante do que trazer um Batalhão para Viçosa, aumenta a produtividade do nosso órgão”, exemplificou o Coronel. Ele aproveitou para agradecer à Casa pelo apoio em negociar o recurso que vai dar a possibilidade de trazer duas a três viaturas para Viçosa. O Vereador Sérgio Marota (PL) também participou da discussão e, além de comentar sobre os casos recentes, apresentou a demanda do maior efetivo de policiais, o que, segundo o Comandante, vai ocorrer em breve, em uma escala que vai expandir o policiamento pela cidade.
Em resposta a questionamentos feitos pelo vereadores Marcos Fialho (sem partido) e Robson Souza (Cidadania), Píramo falou da importância do registro das ocorrências, por parte da sociedade, para que seja possível a implementação de melhores estratégias de enfrentamento e também do uso do 190 — que “é o serviço onde nasce tudo, que bombeia nossas ações para as ruas” e, de acordo com ele, e está em vias de ser atualizado pelo processo de digitalização da rede de rádio, um centro integrado.
O Vereador Marcão reforçou que o momento era de escuta do Legislativo junto ao Coronel e disse que vai propor uma reunião convidando todas as autoridades envolvidas para discutir coletivamente essa pauta. O parlamentar também pontuou trâmites sobre o convênio da Polícia Militar com a Prefeitura de Viçosa.
Além disso, o Vereador Bartomélio Martins (Professor Bartô) (PT) chamou atenção para o reconhecimento da categoria, por meio da valorização financeira e de outras formas também, “não só romantizando a profissão, pois é necessário investimento e precisamos que isso parta do Executivo, principalmente do Estado de Minas Gerais, sem precisar passar pelos municípios”. E finalizou comentando que “a Casa Legislativa precisa chamar ainda os outros órgãos responsáveis pela segurança pública da cidade, não só a Polícia Militar, em um trabalho em rede”. A fala foi reforçada pela Vereadora Jamille (PT), Presidenta da Câmara em exercício, dizendo que “não é só investir em programas pontuais, mas a rede precisa funcionar de forma muito mais ampla. O Legislativo pode atuar fortalecendo a educação, saúde, assistência social para que essas demandas não impactem no trabalho da Polícia, pois falta estrutura, os policiais arriscam suas vidas, suas famílias e assim talvez a gente consiga diminuir a violência na sociedade como um todo e, consequentemente, essa sensação de insegurança”, pontuou Jamille.
*texto do estagiário Abraão Filipe Oliveira sob a supervisão de Mônica Bernardi