Descaso nos hospitais e problemas na Saúde voltam a ser tema na Tribuna e na fala dos Vereadores

Novamente o descaso nos hospitais do Município foi pauta na Tribuna Livre e nas falas dos parlamentares. Desta vez, Walter Luiz de Souza, utilizou o espaço reservado à participação popular, na reunião Ordinária da terça-feira (23), e tornou público o ocorrido no Hospital São Sebastião (HSS). De acordo com ele, ‘ao levar sua filha que sentia dores ao hospital, a médica, que não foi identificada, negou atendimento’ e disse para o pai procurar uma pediatra para resolver o problema. Sobre isso, Walter relatou que, ‘ao pedir para a médica ligar para a pediatra, teve como resposta que a ligação só poderia ser feita se sua filha estivesse internada’, o que gerou uma frustração no cidadão, visto que, ‘a profissional sequer ofereceu os primeiros atendimentos’, disse ele. Segundo Walter, depois de ser tratado com ignorância, levou sua filha para ser atendida no Hospital Arnaldo Gavazza, no município de Ponte Nova, onde fez todos os exames necessários. Ainda no assunto, Walter disse que “os médicos parecem donos do hospital”, e que ‘deveria possuir uma sala de reclamação para que situações como essa sejam reportadas’. 

Na oportunidade, o Presidente da Câmara, Vereador Rafael Magalhães (Filho do Zeca do Bar) (PSDB) salientou que existe uma Comissão de Saúde e Assistência Social na Casa Legislativa, na qual o Vereador Sérgio Marota (PL) é o presidente. A partir disso, Sérgio sugeriu a realização de uma ‘mesa redonda’ com o Executivo, Ministério Público e com os médicos a fim de solucionar esses relatos de descaso que se tornaram frequentes por parte da população.

“Estamos cansados dessa situação dos hospitais”, ressaltou o Vereador Marco Cardoso (Marcão Paraíso) (PSDB), parlamentar que faz cobranças recorrentes em relação a saúde e ao descaso dos hospitais do Município. Abrindo o uso da Palavra Livre, Marcão relembrou que há um ano e meio, juntamente com o colega Vereador Rogério Fontes (Tistu) (sem partido), solicitou intervenção nos hospitais, para que haja troca das pessoas que estão no comando, comunicando que ‘não há comunicação entre os dois hospitais da cidade (Hospital São João Batista e São Sebastião), o que gera uma sobrecarga em apenas um’, reforçou. Ainda em sua fala, o parlamentar destacou que a Audiência Pública que discutirá sobre o atendimento nos hospitais ‘‘precisa ter a presença não só dos vereadores e população, mas também dos profissionais de saúde e a Prefeitura, para finalmente solucionar o problema’’. É válido retomar que, na semana passada, o assunto da saúde também foi pertinente na Casa Legislativa após Marcão protocolar as Representações nºs 010 e 011/2023, que denunciam ao Ministério Público de Minas Gerais problemas em relação aos hospitais de Viçosa. 

Na sequência, o Vereador Marcos Fialho (sem partido), reforçou que ‘é preciso que o Poder Legislativo mantenha firme uma união e convoque também o Judiciário para encontrar uma solução de forma definitiva’. Ainda sobre o assunto, o parlamentar salientou ‘a importância da rede primária da cidade funcionar, como as Unidades Básicas de Saúde (UBSs), para que assim, os hospitais não fiquem lotados’. 

Na mesma linha, a Vereadora Marly Coelho (PSC) ao se solidarizar com Walter, mencionou ‘a importância de ter hospitais mais vazios’ e evidenciou que ‘já passou da hora de se ter uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA 24h)’, a fim de diminuir a superlotação dos hospitais da cidade. Em seguida, o Vereador Robson Souza (Cidadania) também se posicionou prestando seu apoio ao cidadão, informando que ‘’a Casa Legislativa discutirá sobre toda a situação para que o descaso nos hospitais pare de se repetir’’. 

‘’É preciso que a população tenha atendimento de qualidade nos dois hospitais’’, destacou o Vereador Rogério, enfatizando a ideia de ser protocolado um Requerimento sobre a mudança de postura da gerência em tais instituições, afirmando que a gestão é ‘a culpada por essas situações’. Ao fim, destacou que ‘quem tem que trabalhar nos hospitais, são médicos que queiram realmente trabalhar’, lamentando a negligência médica relatada na Tribuna. 

Em sequência, usando seu tempo regimental, o Vereador Sérgio se mostrou indignado por Walter precisar ir em outra cidade para receber um atendimento. Além disso, buscando soluções para a demanda recorrente, o presidente da Comissão de Saúde da Casa, solicitou a instauração de  ‘um comitê de crise’ e sugeriu ‘a criação de um grupo no WhatsApp para que sejam questionados pessoas responsáveis pela saúde do Município’. 

Corroborando com o colega, o Vereador Bartomélio Martins (Professor Bartô) (PT), contou que ‘foi cedido pela Universidade Federal de Viçosa (UFV) um terreno para a Prefeitura construir a UPA’, porém, acredita que além do desafio da construção, ‘não sabe se o Município conseguirá manter a unidade’. Ao falar da Audiência Pública, o vereador ressaltou ‘a importância da participação do Consórcio Intermunicipal de Saúde da Microrregião de Viçosa (CIS-MIV)  e também da UFV, a fim de enriquecer a discussão’. 

“Até que ponto vamos chegar com a calamidade dos hospitais na cidade?”, questionou o Vereador Cristiano Gonçalves (Motolink) (Solidariedade) ao lamentar que a saúde é garantida na Constituição Federal a todos os cidadãos e isso não está sendo cumprido. Ao fim de sua fala, o vereador reforçou que é urgente uma solução, visto que “não se pode brincar com a saúde”. 

Na mesma linha, o Vereador Daniel Cabral (PCdoB), vice-presidente da Câmara, mencionou que ‘o segredo da melhora da saúde está nas Unidades Básicas de Saúde, haja visto que, 'é necessário fortalecer a atenção primária da cidade para amenizar alguns dos problemas nos hospitais', citando também a falta de agentes comunitários nas zonas rurais. Ainda sobre isso, o parlamentar criticou a situação que as UBSs dos bairros se encontram e completou que ‘R$ 800 mil serão investidos para reformas'. 

Na sequência, o Vereador Gilberto Brandão (Avante), autor do Requerimento que solicita a Audiência Pública sobre os hospitais, afirmou acreditar em uma melhora e disse que a discussão trará resultados. Ademais, se solidarizando com Walter, salientou que ‘o que falta nos hospitais são gestores bons’, salientando que ‘’alguns médicos não parecem que fizeram juramento, é um descaso total’’. Na oportunidade, o parlamentar destacou que a Audiência Pública acontecerá no dia 01 de junho (quinta-feira), às 18 horas, no Plenário da Câmara Municipal. A discussão será transmitida ao vivo pelas mídias sociais da Casa Legislativa. 

“Ato corajoso”, destacou a Vereadora Jamille Gomes (PT) ao falar que Walter, mesmo em um momento frágil, teve coragem de relatar em público o seu caso. Ainda sobre a saúde, a parlamentar sugeriu a realização de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito), visto que, mesmo com muitos recursos sendo recebidos pelos hospitais, o retorno para a população está sendo pouco. Fechando a sua fala, Jamille se colocou à disposição para o Comitê proposto por Sérgio a fim de ouvir o que está acontecendo no setor da saúde. 

Fechando a Palavra Livre, o Vereador João Januário (João Josino) (Cidadania), líder do prefeito na Câmara, reforçou a necessidade de ter outras participações na Audiência Pública para se obter resultados. Ademais, o vereador, contrapondo a fala do Vereador Daniel, disse que 'foi na gestão do Prefeito Raimundo Nonato (PSD) que mais se teve construções de PSFs em Viçosa'. 

*texto da estagiária Larissa Fontes sob a supervisão de Mônica Bernardi