Projeto que declara 'Cheiro de Relva' como Patrimônio Histórico é aprovado em 1ª votação
Foi aprovado, em 1ª votação, na reunião Ordinária da terça-feira (22), o Projeto de Lei n° 040/2023, de autoria do Vereador Sérgio Marota (PL). O projeto tem como principal objetivo declarar o 'Cheiro de Relva' como Patrimônio Histórico Imaterial do município de Viçosa. Após a votação, o Prefeito Raimundo Nonato (PSD), juntamente com a dupla Ramon & Chiquinho Rozado (sendo Chiquinho o idealizador do projeto e Ramon, seu filho), contaram uma breve história e apresentaram a canção Cheiro de Relva, de autoria de Dino Franco e Mouraí.
O Projeto Cheiro de Relva, iniciado em 1997, na Rádio Universitária, tinha como objetivo dar destaque à música raiz ou ‘música caipira’ e, Francisco de Assis Costa ( Chiquinho Rozado), foi seu idealizador. ‘’Quando chegou no primeiro ano de aniversário do programa, me ocorreu fazer um evento de viola ao vivo para comemorar esse aniversário. E o evento continua ocorrendo até os dias de hoje’’, afirmou Chiquinho, durante a Tribuna Livre, e destacou que Viçosa é referência da música de viola, ‘’em virtude desse longo tempo, que nós temos hoje vários adeptos a viola caipira. Viçosa hoje é uma referência quando se trata de viola. E nós temos aí, jovens que participaram do Cheiro de Relva, que assistiram aos 10 anos e hoje têm filhos fazendo aula de viola’’. Por fim, Francisco também salientou que transformar o Cheiro de Relva em Patrimônio Cultural vai ser importantíssimo para manter a cultura da viola e da música raiz vivas no Município.
O primeiro aniversário do Cheiro de Relva foi comemorado no dia 07 de novembro de 1998, com um show de viola e canções no auditório da Engenharia Florestal na Universidade Federal de Viçosa (UFV). Produzido e apresentado por Francisco de Assis (Chiquinho Rozado), reunindo violeiros e cantadores convidados, e o público presente, a festa ocupou os 300 assentos, acesso e corredores do auditório do DEF. Em 2002, Chiquinho foi homenageado com uma Moção de Congratulações de autoria do ex-Vereador Rafael Bastos (PT) e, no mesmo ano, o show musical completou seu 5° aniversário. Em seu 10° aniversário, o Cheiro de Relva participou das comemorações do 136° aniversário do município de Viçosa, e reuniu, no espaço Multiuso da UFV, cerca de 1.500 pessoas, que puderam prestigiar diversos artistas clássicos da música caipira. Além disso, essa edição também contou com a parceria do Sesc/MG (Serviço Social do Comércio de Minas Gerais) que, através do Projeto Viola & Causos da Gerais, providenciou som, luz e palco para o show. O Cheiro de Relva ao vivo perdura até os dias atuais e, em 2022, Chiquinho e Ramon se apresentaram, ao lado de diversas atrações da música de viola, na Praça Silviano Brandão.
E é exatamente por causa dessa longa história, já tradicional no Município, que o parlamentar Sérgio Marota idealizou o Projeto 040. Em sua justificativa, afirmou que ‘’o Cheiro de Relva foi um divisor de águas no que tange a importância da música sertaneja autêntica e o retorno dela para o cotidiano da população viçosense’’. O vereador também destacou que, por causa da trajetória do Cheiro de Relva que, hoje em dia, tem-se escolas de viola e música sertaneja autêntica na cidade. ‘’Desse modo, por ser um evento que há muitos anos já faz parte das festividades e de seu povo, nada mais coerente que haja uma Lei que normatize algo que já está presente na realidade’’, finalizou Sérgio.
Ainda na reunião desta terça-feira, logo após o momento da Tribuna Livre, Sérgio solicitou que a votação ocorresse antes mesmo do Pequeno Expediente, invertendo a pauta da Ordinária. ‘’Fico muito feliz em discutir esse projeto com o apoio do Dr. Randolpho (advogado da Câmara), Chiquinho, e vários outros, e de trazer esse projeto aqui para essa Casa’’, afirmou e, com isso, pediu para que os demais parlamentares votassem de forma favorável à Lei.
Dessa forma, os demais vereadores da Casa Legislativa parabenizaram pela idealização do projeto de Lei, além de reafirmaram a importância do Programa Cheiro de Relva e seus eventos. E, por fim, o Projeto de Lei 040/2023 foi aprovado, por unanimidade.
*texto da estagiária Luara Miranda sob a supervisão de Mônica Bernardi