Vereadores falam sobre o aumento de casos de Dengue e da COVID-19
A situação da saúde pública no município de Viçosa, no que tange ao aumento de casos de dengue e da COVID-19, foi pauta na fala dos vereadores na reunião Ordinária da terça-feira (27), que protocolaram indicações em busca de melhorias para a área. A qualidade do atendimento nos hospitais também foi tema entre os parlamentares, que lamentaram a falta de humanização na saúde municipal.
De acordo com levantamento do Setor de Vigilância Epidemiológica, da Secretaria Municipal de Saúde, durante o início deste ano, até o dia 26 de fevereiro, foram notificados 245 casos de dengue, sendo 114 confirmações, sete casos descartados e 124 em investigação. Há 11 notificações de chikungunya, sendo as cinco confirmadas e seis em investigação. Já os dados do 787º Boletim Epidemiológico da COVID-19, divulgados também no dia 26, relativos ao período de 19 a 25 de fevereiro de 2024, foram realizados 212 testes de detecção do Coronavírus, com 151 resultados negativos e 61 positivos.
Dando início ao tema, o Vereador Gilberto Brandão (Avante) disse “os hospitais, deixaram chegar na condição que está. Assim também está acontecendo com os casos de dengue, estão descuidando e está subindo. Quando a situação aperta, falam que a Câmara é culpada. Estamos alertando de várias questões há muito tempo”. Dessa forma, em busca de evitar a proliferação da dengue, o parlamentar protocolou indicações solicitando pedido de capina de ruas em estado crítico nos bairros Nova Viçosa e Posses, além da remoção de carros abandonados na Rua Maria Muanes.
Na sequência, o Vereador Marco Cardoso (Marcão Paraíso) (PSDB) lamentou, mais uma vez, sobre a qualidade do serviço prestado nos hospitais de Viçosa. Essa é uma pauta recorrente na fala do parlamentar, que na ocasião, expôs o caso de uma recém-nascida que estava com COVID e não recebeu atendimento, apenas teve sua saturação aferida e os pais foram orientados a “voltar em 48 horas se piorasse e procurar a pediatra da criança, pois seria era que resolveria, ou procurar o posto de saúde”. Prestando sua indignação, Marcão denunciou que “as pessoas têm ido nos hospitais e agora os médicos estão pedindo enfermeiros para medir sua saturação, se estiver boa, te encaminham para uma Unidade Básica de Saúde (UBS). Nem atendimento está tendo”, disse.
Ainda em sua fala, o parlamentar informou que esteve na madrugada da segunda-feira (26) no Hospital São Sebastião (HSS), quando o enfermeiro afirmou que “se chegasse mais uma pessoa lá, teria que ficar no chão porque não tinha mais maca. Pessoas com dengue, com COVID, pessoas totalmente debilitadas. Infelizmente a melhora dos hospitais foi praticamente zero. E não é culpa dos diretores dos hospitais, pois eles não vão resolver a situação sozinhos. Governo do Estado e o governo Federal. Saúde é direito de todos. Não está mais na mão de Viçosa, agora é o governo”, finalizou Marcão.
“A saúde é um problema complexo no nosso Município e não há como ser resolvido dentro dos nossos limites territoriais. Temos que ampliar isso hoje dentro do Estado, precisamos ter atenção de todos os órgãos para que a gente possa ter, de fato, uma saúde digna para nossa população. Por isso fizemos uma série de cobranças, lá atrás, ao Ministério Público, à Prefeitura de Viçosa e à direção dos hospitais, para que a gente pudesse ter uma saúde mais humanizada”, corroborou o Vereador Marcos Fialho (sem partido), em sua fala. Assim como Marcão, Marcos Fialho também afirmou que com o empenho da Universidade Federal de Viçosa (UFV) em transformar o Hospital São João Batista (HSJB) em hospital universitário, há uma esperança em melhorar a saúde pública de Viçosa.
Ainda sobre a dengue, o Vereador Sérgio Marota (PL), presidente da Comissão de Saúde, solicitou “empatia aos proprietários de lotes da cidade onde tem foco de dengue” e protocolou indicações que pedem a fiscalização e notificação de proprietários dos lotes nº 452, Rua Novo Horizonte, Bairro Bom Jesus; nº 169, Rua Agnelo Gomes da Silva, Bairro de Lourdes; e do lote situado na Praça do Viçosa Clube, esquina com a Rua Antônio Torres. Nas indicações, Sérgio reforça que sejam aplicadas multas em caso de descumprimento das medidas de prevenção contra a dengue. “O foco de dengue aumentou muito na nossa cidade, então se a população não pegar firme para fazer a limpeza dos lotes, a Prefeitura não dá conta. Infelizmente ontem nossos hospitais estavam cheios de pessoas com dengue, e por muitas vezes, por falta desse cuidado dos proprietários de lotes baldios”, concluiu.
Além disso, a Vereadora Jamille Gomes (PT) também teve aprovada a Indicação nº 131/2024, que solicita que seja apresentado o plano de combate a dengue que o Executivo está colocando em prática. Na mesma linha, o Vereador Daniel Cabral (PCdoB), ausente da reunião por motivo de viagem, protocolou e teve aprovada a Indicação nº 146/24, solicitando esclarecimentos sobre o aumento generalizado de casos de dengue em Viçosa; e a nº 149/2024, que pede esclarecimentos sobre a ausência de testagem para COVID-19 no Município.
*texto da estagiária Ana Clara Marques sob a supervisão de Mônica Bernardi