Greve da rede municipal de Educação volta à pauta dos Vereadores
Durante a reunião Ordinária da segunda-feira (29), Nathália Barros Ferreira, representando o Sind-UTE (Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação) de Viçosa, utilizou da Tribuna Livre, espaço destinado à participação popular, para falar sobre a greve das escolas municipais. Nathália iniciou lembrando as motivações que levaram os servidores a declarar a greve “não é uma motivação única, as pautas das nossas assembleias são enormes”, e explicou que os servidores buscam por uma “recomposição salarial” que foi acordada no ano de 2022 (última greve realizada pela rede municipal de educação) e o pagamento de 10% dessa recomposição salarial, que foi dividido de 2022 até então, que deveria ter sido feito em janeiro deste ano, não foi feito.
Nathália completou contando que foi realizada uma assembleia ainda no dia 29, oitavo dia de greve, que teve a participação de mais de cem pessoas e que foi decidido por unanimidade pela permanência da paralisação, já que segundo ela, ainda não se teve nenhuma tentativa de negociação e o Executivo sequer recebeu o Sindicato. “Uma das coisas que tem sido dita, para dizer que não pode efetuar esse pagamento no momento, é o impedimento eleitoral, a vedação eleitoral, que já foram consultadas inúmeras pessoas, autoridades da área, profissionais da área, que disseram que o impedimento eleitoral, a vedação eleitoral, ainda não está atuando. Então sim, pode ser feito, pode ser executado esse pagamento e estamos esperando. A greve não é confortável para ninguém, mas é um movimento legítimo e necessário. Estamos esperando que o Executivo receba o Sindicato, para a gente discutir e que se de fato há vedação eleitoral, que seja comprovada, apresentado um documento oficial, escrito, precisamos dessa comprovação”, a participante da tribuna concluiu pedindo para que se comprovada a vedação eleitoral, que seja realizado um acordo para que o pagamento seja feito após o período de eleições.
Na Palavra Livre, diversos vereadores apoiaram as reivindicações feitas pelos trabalhadores da educação. O Vereador Daniel Cabral (PCdoB), vice-presidente da Casa Legislativa, iniciou sua fala lamentando a falta de planejamento financeiro por parte do Executivo. “È lamentável (...) lá atrás deveriam ter se programado financeiramente, porque desde o ano passado já estava acordado esses 10% de aumento, e já era para ter dado, repito, ano passado. Foram enrolando, enrolando a educação e ao invés de serem sinceros e dizer que não tem dinheiro porque mais uma vez erraram, mais uma vez não se programaram financeiramente, prefere vir com uma desculpa esfarrapada, achando que professor é bobo, achando que essa Casa Legislativa é boba”, disse. O Vereador Edenilson Oliveira (PSD), destacou o prejuízo à educação que a greve representa, mas reforçou que “direito é direito e temos que lutar por eles” em apoio aos professores da rede municipal.
Em consonância, o Vereador Marco Cardoso (Marcão Paraíso) (PRD), durante sua fala, prestou apoio aos professores. O Vereador Marcos Fialho (PP) também comentou sobre o assunto. “Não foi cumprido o que foi prometido em 2022, ano esse em que não havia ainda discussões eleitorais, ninguém era pré-candidato a nada, então se prometeram alguma coisa lá atrás estava de acordo com seu orçamento”, o parlamentar reforçou que a justificativa dada pelo Poder Executivo vem “caindo por terra” uma vez que diversas fontes jurídicas afirmam que o período eleitoral não impede o aumento dos 10% prometido.
“Nathália, que fez o uso da tribuna, falando que o Executivo não quer atender ao Sindicato, ou não atendeu ainda, acho que essa Casa tem que se posicionar e cobrar do Executivo que atenda ao Sindicato, porque através dele que vai haver as negociações, para que essa greve não se prolongue. È um direito legítimo, mas a gente sabe que prejudica, que não é bom para a cidade, que não é bom para a educação, não é bom para os alunos, mas a gente sabe que é legítimo, que os servidores da educação, os professores estão reivindicando o direito que eles têm, um acordo que foi feito, e não foi cumprido (...) eles precisam ser valorizados, cada vez mais, porque não existe nenhuma profissão se não houver ali a educação, a escola, o professor”, declarou a Vereadora Marly Coelho (PRD), colocando o mandato a disposição para ajudar na intermediação entre as partes para a realização de um acordo.
Já o Vereador Rogério Fontes (Tistú) (PP) falou, novamente, sobre as “promessas que não serão cumpridas”, reforçou a importância da educação e cobrou o Prefeito Raimundo Nonato (PSD), por respostas.
Por fim, o Vereador Bartomélio Martins (Professor Bartô) (PT), presidente da comissão de educação, ciência e tecnologia e que esteve presente na reunião que discutiu a continuidade da greve dos servidores utilizou do seu tempo regimental e, também cobrou por uma resposta por parte do Executivo, pedindo a criação de um documento “solicitando do Executivo a resposta do TRE (Tribunal Regional Eleitoral), a resposta do TSE (Tribunal Superior Eleitoral)”, sobre o suposto impedimento eleitoral.
*texto da estagiária Alice Sarmento sob a supervisão de Mônica Bernardi