Problemas na Saúde entram na pauta da Tribuna Livre e na fala dos Vereadores
Ainda durante a reunião Ordinária da segunda-feira (15) os problemas em torno dos hospitais do Município voltaram a ser comentados. O cidadão Adriano Lopes Coimbra fez uso da Tribuna Livre para destacar sua indignação com a situação dos hospitais da cidade, que possuem longas filas de espera, poucos profissionais e não têm equipamentos básicos para o atendimento da população. “Eu estou brigando pela saúde. Chego no hospital e tenho que pagar para fazer teste de dengue, isso é uma vergonha. O dinheiro está indo para onde?”, questionou Adriano, que também alertou para a falta de recursos básicos, como seringas, durante os atendimentos. “Remédio você não consegue, exames demoram de 3 a 4 meses para sair. Vamos abrir a boca e vamos falar que tem gente morrendo”, disse.
Em meio aos questionamentos feitos por Adriano durante a sua fala, alguns vereadores fizeram uso da palavra para argumentar em torno dos problemas. O Vereador Edenilson Oliveira (PSD) alertou para a atribuição de responsabilidades à Câmara que não dizem respeito à sua função e afirmou “nós fizemos um repasse para a Prefeitura, com as nossas emendas impositivas, de 4 milhões de reais para o prefeito. Se você tiver que perguntar onde está o dinheiro, nós estamos aqui como fiscalizadores para fazer também essa função, mas quem faz, administrativamente falando, quem executa é o Poder Executivo”. O Vereador Sérgio Marota (PP), presidente da Comissão de Saúde da Casa Legislativa, concordou com a fala do colega Edenilson e acrescentou “infelizmente, este é um problema crônico que vem há mais de 20 anos e o hospital, tanto o São Sebastião, quanto o São João Batista, tem mais de 1 milhão por mês de déficit”.
O Vereador Daniel Cabral (PCdoB) também disse que o problema dos hospitais é fruto de uma má gestão por parte do Poder Executivo e alertou para o fato de que, juntos, os dois hospitais do município de Viçosa devem quase 100 milhões de reais. Além disso, o parlamentar destacou que foi solicitada uma auditoria, junto ao Ministério Público, para saber quem são os responsáveis por deixar os hospitais chegarem nessa crise. Em consonância com o assunto, os vereadores João Januário (João de Josino) (PSD), líder no prefeito na Câmara, Marco Cardoso (Marcão Paraíso) (PRD) e Rogério Fontes (Tistu) (PP) também afirmaram que foram feitas intervenções junto ao Ministério Público, 'que nunca foram atendidas'. Marcão ainda solicitou, por intermédio da Indicação nº 327/2024, que seja disponibilizada e encaminhada uma cópia do alvará sanitário de funcionamento dos hospitais do Município. Em contradição com a versão ofertada pelos parlamentares citados, o Vereador Bartomélio Martins (Professor Bartô) (PT) defendeu que houve sim uma intervenção do Ministério Público, que foi o que permitiu que houvesse uma negociação das dívidas dos hospitais e afirmou que o assunto não pode ser tratado de forma rasa. “Os planos de saúde não fizeram repasses também e a reformulação das suas tabelas, para passar também o valor para os hospitais”, afirmou.
Em meio à discussão em torno do tema, os vereadores Gilberto Brandão (PRD), Marcos Fialho (PP) e Vanja Honorina (UNIÃO) alertaram para a falta de planejamento e gestão dos recursos destinados aos hospitais e se solidarizaram com a situação. A Vereadora Marly Coelho (PRD) disse que pretende fazer uma Indicação, e solicitou a assinatura de todos os colegas para isto, pedindo à Prefeitura para contratar médicos para auxiliar nos plantões.
CAPS
Ainda de acordo com os problemas no sistema de saúde da cidade de Viçosa, a Vereadora Jamille Gomes (PT) solicitou, por intermédio da Indicação nº 341/2024, intervenção junto ao órgão competente para obter e disponibilizar informações sobre o retorno do atendimento dos médicos psiquiatras e clínicos gerais do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) localizado no Bairro de Fátima, e ainda destacou a falta de profissionais para o atendimento dos pacientes do CAPS. “Hoje eu estive no CAPS Mental e lá está sem médico psiquiatra e clínico geral. A equipe do CAPS Mental, hoje, atende 14 pacientes por dia e, se acontecer alguma emergência, eles vão para o hospital, mais uma vez sobrecarregando a média e alta complexidade do Município”. A parlamentar ainda questionou o Poder Executivo sobre o destino do orçamento disponível para a saúde e se solidarizou com a fala de Adriano.
*texto da estagiária Maria Elisa Penna sob a supervisão de Mônica Bernardi