Paralisação do HSS e crise nos hospitais é pauta de reunião na Câmara
A suspensão temporária dos serviços do Hospital São Sebastião (HSS) foi tema de uma reunião que aconteceu na manhã da quinta-feira (06), na Câmara Municipal de Viçosa, por inicitaiva do Vereador Marco Cardoso (Marcão Paraíso) (PRD), que tem acompanhado de perto toda a problemática. O encontro contou com a presença da Provedora do HSS, Maristela Gomes Neves, que é médica; do Diretor Administrativo do HSS, Ronaldo de Oliveira; e do Secretário Municipal de Saúde, Rainério Fontes; além disso, alguns paralmentares juntamente com o Advogado da Casa Legislativa, Randolpho Martino Júnior, também participaram da reunião.
Em contexto, na quarta-feira (05) a direção do Hospital São Sebastião comunicou que suspenderá, a partir da sexta-feira (07), os atendimentos da emergência, da pediatria e dos serviços de obstetrícia por tempo indeterminado. Em documento, a direção do HSS afirma que, mesmo com todos os esforços para conseguir plantonistas que suprissem a falta de médicos, eles não obtiveram sucesso e que, assim sendo, optaram pela interrupção das atividades por não conseguirem “assegurar a qualidade da assistência prestada”. A direção do hospital ainda disse que “esta suspensão de atendimento será válida para todos os pacientes, sejam eles do SUS (Sistema Único de Saúde), convênios ou particulares” e que “os pacientes que já estão em atendimento permanecerão internados e assistidos até a sua alta médica”.
A Associação Médica de Viçosa (AMV), presidida pelo Médico Fernando Januário da Silva, divulgou um comunicado afirmando que os plantonistas não devem ser culpados pela situação em que se encontra o HSS. Na nota, a AMV afirma que os médicos estão há mais de três meses sem receber seus salários, com exceção da equipe de emergência, e que faltam equipamentos essenciais, como ultrassonografia 24 horas e serras de gesso. A Associação encerra o comunicado dizendo que os médicos estão dispostos a trabalhar, desde que recebam seus honorários em dia e tenham condições dignas e seguras de trabalho.
Diante disto o Vereador Marcão esteve reunido, ainda na quarta-feira (05), com o Promotor de Justiça da Comarca de Viçosa, Luís Cláudio Magalhães, na qual ambos discutiram sobre a situação crítica em que se encontram os hospitais. O vereador afirmou que o promotor de Justiça solicitou que as informações da conversa que tiveram fossem repassadas aos demais colegas parlamentares e, dessa forma, estes optaram por realizar a reunião. De acordo com o exposto durante o encontro, o Ministério Público procura realizar uma intervenção nos hospitais de Viçosa, a fim de resolver os diversos problemas que os permeiam, como a falta de médicos plantonistas e as enormes dívidas que estes acumulam. Além disso, os presentes declararam que procuram maneiras de fazer com que a maternidade do HSS não sofra a paralisação.
É importante ressaltar que Marcão, que traz como prioridade a bandeira dos hospitais durante todo o seu mandato, na Ordinária da segunda-feira (03) teve aprovada a Representação nº 021/2024, que pede esclarecimentos sobre o não funcionamento do Hospital São Sebastião durante o período de 31 de maio a 2 junho e solicita uma investigação dos danos causados pela falta de atendimento ocasionada pelo fechamento, assim como a causa da sua ocorrência. Na semana passada (27 de maio), Marcão esteve presente em uma reunião na Universidade Federal de Viçosa (UFV) que teve como objetivo discutir a implantação de um Hospital Escola no local onde, hoje, funciona o Hospital São João Batista (HSJB).
A Vereadora Jamille Gomes (PT), que também esteve presente na reunião na Câmara, já havia alertado diversas vezes sobre a possibilidade de paralisação da maternidade do HSS e das problemáticas envolvendo a possível interrupção dessas atividades. No dia 25 de maio, o time de plantonistas da maternidade do Hospital São Sebastião emitiu um comunicado alertando sobre a falta de equipamentos básicos e a sobrecarga dos médicos plantonistas, além de deixar explícita a necessidade de adequação das condições da maternidade para a continuidade de seu funcionamento.
A fim de que uma parte dos problemas provenientes da paralisação do Hospital São Sebastião sejam resolvidos, a Secretaria Municipal de Saúde realizará a contratação de um médico pediatra para atuar no Hospital São João Batista em casos de urgência e a Policlínica Central passará a ofertar atendimento 24 horas.