Debate de projeto para a Educação das escolas estaduais ganha destaque na Ordinária

por adm publicado 21/11/2024 09h38, última modificação 21/11/2024 09h38

Paulo Grossi fez uso da Tribuna Livre, ainda durante a reunião Ordinária desta segunda-feira (18 de novembro), para falar sobre o projeto SOMAR, iniciativa do Governo de Minas Gerais, que promete melhorar a gestão das escolas estaduais por intermédio da parceria entre o Estado e organizações da sociedade civil. “É um projeto que vem sendo tratado no Estado como uma das soluções para a educação. Ele consiste no processo de venda das escolas públicas estaduais”, contou Paulo.

O professor iniciou a sua fala afirmando que "recentemente, o Estado de São Paulo leiloou um conjunto de escolas e deverá leiloar, na bolsa de valores, mais outros conjuntos, fazendo com que toda a gestão da escola se dê de maneira terceirizada”. Paulo disse que o mesmo está acontecendo em Minas Gerais, especialmente em escolas localizadas em Belo Horizonte e arredores, e expressou a sua preocupação com o que vem acontecendo: “Nós estamos com medo que isso chegue até Viçosa". Diante dessa situação, o professor contou que, nesta sexta-feira (22 de novembro) será realizado o 'Dia D contra o Projeto SOMAR': "vamos mobilizar as escolas estaduais, vamos para a rua para panfletar o nosso material (...) que trata de maneira um pouco mais aprofundada sobre esse Projeto”.

Além disso, Paulo também chamou atenção para o 'processo de municipalização do ensino', que consiste na transferência, por parte do Governo do Estado, da responsabilidade pelo ensino fundamental para as escolas municipais. O professor afirmou que esse processo qual havia sido rejeitado pela cidade na primeira tentativa de implantação e destacou que "a cidade possui uma Lei que prevê a municipalização, porém, a superintendência de ensino está negando a matrícula nas escolas estaduais do município". Dessa forma, Paulo afirma que está sendo feita uma “municipalização branca, no sentido de negar a abertura de turmas e, desse modo, empurrar para o município as matrículas que são recusadas nas escolas estaduais”. Assim, Paulo citou o  fechamento de turmas na Escola Estadual Raul de Leoni, que atualmente está sem turmas de primeiro, segundo e terceiro anos devido à falta de alunos.

Por fim, o cidadão falou sobre a possibilidade de implantação de uma escola cívico-militar no município e ressaltou a importância de um debate aprofundado sobre o assunto, envolvendo todos os trabalhadores da área de educação, a comunidade escolar, e com um olhar atento às reais demandas das escolas municipais do município. “Não vendam as nossas escolas, não municipalizem a nossa rede e não militarize as nossas crianças, lugar de criança e na escola não é no quartel", finalizou dizendo. 

A Vereadora Jamille Gomes (PT) comentou sobre a fala de Paulo e destacou que “além de colocar questões importantíssimas sobre o que tem acontecido a nível estadual e a nível Municipal, ele conhece de fato o chão da escola pública", ressaltando a importância de escutar quem realmente conhece as necessidades das escolas e vive diariamente a realidade nas instituições. Além disso, Jamille afirmou: “Não vamos deixar nenhum debate da educação avançar aqui em relação a colégio cívico-militar sem escutar a categoria. E proponho da gente montar uma Moção de Repúdio nesse sentido". O vereador Bartomélio da Silva Martins (Professor Bartô) (PT) corroborou com a fala de Jamille e ressaltou a necessidade de um diálogo aberto com a categoria. Já a vereadora Marly Coelho (PRD) afirmou que “é um debate muito amplo. A gente precisa reunir para conversar muito a respeito do assunto antes da tomada de qualquer decisão”.

*texto da estagiária Cecília Ribeiro sob a supervisão de Mônica Bernardi